A tarde está tão fria
A sala está vazia
Não há ninguém em casa
E no rádio aquelas doces músicas antigas
Me trazem recordações e algumas mágoas
Não sei de onde vem tanta solidão...
Lá fora o céu lilás aponta o fim de mais um dia
E eu aqui trancado em meus pensamentos
Concentrado em planos para fugir da rotina
Eu sento em frente a tv
E sempre a mesma programação
Provoca uma interferência em minha visão
Minhas vontades e meus segredos
São tantos que não posso confessá-los
Fico aqui esperando a luz do sol bater na vidraça
E me dar o ar da graça
Ultimamente não entendo mais o que faço
Não me lembro muito bem do que falo
Não esqueço em nenhum momento das coisas que me arrependo de não ter feito
Sinto falta
A falta não me faz falta
Eu a tenho de sobra
E quanto mais o ponteiro do relógio corre
Meus olhos se enchem de lágrimas
E eu não posso correr atrás do tempo perdido
Por isso meus olhos tristes percorrem o que passou
E criam um cenário imaginário para um futuro que talvez nunca exista
São promessas falsas
São pessoas sem a minima tolerância
E eu no meio dessa arrogância
Sofro como um cachorro na rua
Uma criança sem infância
Com os olhos tristes e sem brilho de esperança
Pois eu sei que se eu tô sozinho
É porque eu sei que o destino traçou uma linha no horizonte
Onde eu possa admirar de longe
A felicidade alheia
É como se fosse areia nos olhos
Uma moeda jogada no fundo do poço
Serve apenas como um pedido
E o meu é desaparecer por apenas alguns segundos
Voltar ao meu mundo sozinho
E esperar o céu lilás apontar o fim de mais um dia
E o começo de uma nova ironia
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