terça-feira, 16 de agosto de 2011

Triste poesia

Hoje resumindo minha vida...
chego a conclusão que sou apenas, uma triste poesia.

Meu coração anda solitário, meu peito amargurado...
Não posso tirar dele, nada mas de amor guardado.


Em mim resta só a alma...
Essa que perdida e sozinha, se encontra.

O que mais tirar de mim, se tudo te dei...
Eu inteirinho!!!

Vejo seus olhos e com tamanha alegria...
que os meus, se envergonham em plena luz do dia...

Mesmo assim ainda insisto e resta em mim...
Triste poesia...

Ter você, já não vejo como, ser teu, não posso ser...
Ter alegria??? Esta você já levou a muito tempo!

Na tua ausência em meus dias.
Dura paixão me cobre a alma, martirizando...
e ferindo meu coração.

Que amor demais é esse, que queima feito vulcão...
Resta-me nada... Nada tenho...


E em minha alma apenas...
Triste poesia!!!

PÉTALAS DE AÇO

Sob os auspícios de olhares algozes
Lágrimas e gritos de crianças são arrancados.
Maltratadas, sem teto...sedentas,
Humilhadas, sem berço...famintas.

Filhas de batalhas inúteis sem vencedores
Herdeiras de um mundo apático de ditadores.
Infância? um mero substantivo abstrato.

Encarceradas pelo sofrimento
Libertadas pela angústia,
Desesperadas na desilusão.

Pobres pequenas almas!

Sem princípio, sem meio e finitas.
Expulsas de corpos neonatos
Cuja vida o minuto levou...

Aproveite a Vida




Não espere uma época calma
para só então ler romances.
Não espere emagrecer
para comprar uma roupa nova.
Não espere ter companhia
para, enfim, ir ao cinema.
Não espere ter dinheiro
para planejar uma viagem.
Não espere ter amigos
para começar a se divertir.
Não espere ficar doente
para adquirir hábitos saudáveis.
Não espere ter tempo
para aprender um novo idioma.
Não espere o amanhã
para viver o agora.
Em cada ano da sua vida
desenvolva uma habilidade,
leia ao menos dez livros,
descubra um novo amigo,
prove uma comida diferente,
escute um cd além dos seus próprios,
tome uma decisão importante,
reveja suas metas.
Você não sabe se terá outra chance,
se há outra existência além desta.
Ninguém sabe, realmente.
Não guarde bons momentos para o futuro.
O futuro é hoje, aqui, agora.
Seu futuro é o presente.
Encare-o como uma dádiva
e aproveite cada minuto.
 

Solidão Viciante

A solidão, dizem, é uma tristeza, um desamparo, um pedaço que falta. Em alguns caso, é um vício. Não como o vício em cocaína ou álcool. Está mais para o vício em cigarro. Você sabe que deveria parar, que talvez, quem sabe, no futuro isso pode ser prejudicial. No momento, porém, é tão prazeroso que você não quer parar. Até poderia, conseguiria, mas não quer.
Claro, todos os vícios trazem efeitos colaterais.
Você se torna dependente. Agarra-se àquilo como a uma tábua de salvação. A mera perspectiva de ficar sem o objeto do vício traz angústia. O fumante não precisa estar 24 horas por dia com um cigarro na boca; mas precisa tê-lo por perto, ao alcance da mão. O adicto em solição pode sair com amigos, ter uma turma, festejar, badalar. Só precisa saber-se só.
É necessário que chegue numa casa silenciosa, abra a geladeira sabendo o que há dentro, aviste a cama exatamente como a deixou. É preciso que o chinelo esteja no meio da sala, a roupa do dia anterior espalhada no sofá, o computador desligado, a louça na pia. É absolutamente imprescindível que cada coisa esteja como ele deixou antes de sair.
Mais fundamental ainda é que seu coração esteja como sempre esteve: desocupado. Não vazio, não. Apenas desocupado. Como um apartamento mobiliado, desses que são alugados por temporada mas nunca se tornam um lar.
Eventualmente, algum inquilino deseja prolongar a estada. Outro faz uma proposta de compra. O solitário não aceita. Sabe que dará um jeito de despejar o inquilino, ou cancelará o contrato de compra e venda no último minuto.
Um dos efeitos colaterais do vício em solidão é a eventual melancolia. De tempos em tempos, ela aflora e o solitário quer virar plural. Mas passa logo.
Volta e meia, o solitário é cobrado por quem absolutamente não entende o vício. "Mas você não quer casar? Ter família? Filhos?". É como perguntar ao fumante: "mas você não quer viver mais?"
O vício é tão bom…

A um ex-amig


Nós, que conhecíamos tão bem um ao outro, somos hoje perfeitos estranhos. Horas poderiam ser gastas falando sobre tudo que nos aconteceu, e não bastaria. Eu poderia tecer metáforas, digressões e teorias, e ainda assim não seria suficiente. Estamos a léguas de distância um do outro – e, paradoxalmente, a poucos minutos.
Tanto tempo eu precisei para entender o que você me disse naquele dia. Foi preciso ir tão longe para entender teu olhar, naquela tarde, quando retruquei com uma verdade em forma de piada. Tua resposta veio nos olhos, tão contraditória que simplesmente não entendi. Somente quando um outro alguém me disse o mesmo, pude perceber como passei longe da tua verdade naquele momento, e como devo ter te ofendido com a tal piada.
Cheguei ao mesmo ponto que você, e não queria estar aqui. Preferiria um mundo menos cinza, menos irônico e autodefensivo. Só que não é uma questão de escolha. Nunca foi.
Hoje, caminhamos na mesma direção, solitários. Juntos, mas afastados. Não poderia ser de outro modo. Jamais seria.
E penso em estender-te a mão de vez em quando, mas é impossível. Sou como você, agora.
Mesmo caminho. Estradas diversas.
Adeus, ou até qualquer dia.