segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Crise de Identidade



Nesta altura da vida, já não sei quem sou.
Na ficha do dentista, apareço como cliente.
No restaurante, sou freguês.
Quando alugo uma casa, sou inquilino.
Na condução, sou passageiro.
Nos correios, sou remetente.
Na casa do papai, sou filho.
Na igreja, sou irmão.
Na faculdade, sou estudante.
No supermecado, sou consumidor.
Para a receita federal, sou contribuinte. Com o prazo vencido, sou inadimplente. E se não pago, sou sonegador.
Para votar, sou eleitor.
No comício, sou massa.
Em viagem, sou turista.
Na rua, caminhando, sou pedestre. Se me atropelam, sou acidentado. No hospital, me transformo em paciente. E para os jornais, sou vitima.
Se compro um livro, sou leitor. Se ligo um radio, sou ouvinte. Para o ibope, sou espectador.
No futebol, eu, que já fui torcedor, virei galera.
E quando eu morrer, ninguém vai se lembrar do meu nome:
Vão me chamar de finado, extinto, defunto, e em certos círculos até de desencarnado!
Sou uma pessoa com qualidades e defeitos como qualquer outra. Mas que pensa por sua própria cabeça e assume seus erros.
Alguém que age com sinceridade e só recorre a dissimulações para não magoar os amigos.
Tenho meus momentos de querer ficar sozinho, mais gosto de boas companhias.
Não me considero melhor nem pior do que a maioria, mais acredito que, em minha simplicidade, tenho características únicas que me distinguem .
Posso ser um na multidão, mais sou EU MESMO, Único e Inimitável.
Atenciosamente. eu 

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